Dia Internacional das Mulheres

Foi em 1977 que a Organização das Nações Unidas (ONU) proclamou oficialmente 8 de março como o Dia Internacional dos Direitos da Mulher e da Paz Internacional. O dia de hoje é marcado por homenagens, mensagens, presentes e pedidos por igualdade, pois as mulheres ainda não ocupam todos os lugares que gostariam, ainda são minoria em muitos setores e se veem numa luta constante por espaço. As mulheres já conquistaram muitos direitos, mas o caminho a ser percorrido por elas ainda é longo.

Para a pauta de Dia Internacional das Mulheres, conversamos com duas mulheres à frente de negócios no ramo de bares e eventos para falarmos das alegrias e dores que é empreender nesse ambiente dominado por homens. Hoje vamos conversar com a Viviane Cristine da Conceito Bar e com a Anne Nunes da Formô. Esperamos que esse texto tenha efeito multiplicador e principalmente para encorajar mulheres a terem cada vez mais força e determinação para empreender ou fazer outra coisa que bem entenda.

Arapuru: Para início de conversa, você pode contar pra gente um pouco sobre você e a história do seu negócio?


Vivi: A Conceito Bar é uma empresa nova, tem apenas 5 anos, mas estou mercado de eventos há 16. Durante mais de 10 anos trabalhei em uma empresa do mesmo seguimento de serviço de bar e em 2016 saí dessa empresa para montar a Conceito. Falo para todos que a empresa é meu filho caçula, pois demanda todos os cuidados como um filho. A Conceito é meu maior orgulho e minha maior preocupação.


Anne: Meu nome é Anne, tenho 32 anos e trabalho na AGF há 5 anos. Comecei como produtora e, no fim de 2021, virei sócia da empresa. Em fevereiro, a AGF fez uma fusão com algumas empresas do mercado, o que nos tornou o maior grupo universitário (Formô) e, somando as empresas, já realizamos mais de 3500 eventos, 15 mil apresentações artísticas, impactando mais de 10 milhões de pessoas! Atualmente, sou head da unidade de São Paulo e os desafios são gigantes, mas estou super ansiosa e feliz pelo que já estamos colhendo com nosso trabalho.

Arapuru: O que te despertou a vontade de empreender?


Vivi: Eu já era da área há muito tempo e me apareceu uma super oportunidade de sociedade, então eu abracei e não me arrependo nenhum pouco. Como a maioria dos segmentos, também sofremos muito com a pandemia. Foi uma fase bem difícil, mas que me fortaleceu muito e hoje só posso agradecer. Empreender não é nada fácil e com a pandemia ficou ainda mais difícil, mas com muita coragem, disciplina e uma garrafa dá pra superar e seguir em frente.


Anne: Desde pequena me envolvia nos grupos da escola que organizavam eventos e campeonatos, então sempre sonhei em ter meu próprio negócio. Ainda quero abrir uma padaria e/ou um bar… esse é um sonho de infância.

Arapuru: Antes da pandemia, o Sebrae divulgou alguns dados que apontavam a diferença entre as taxas de mulheres e homens empreendedores, sendo 67% negócios liderados por homens e 33% por mulheres. Pra você, como é fazer parte dessa minoria?


Vivi: É difícil. As pessoas têm muito preconceito, ainda mais por meu segmento ser bar para eventos, as pessoas ficam surpresas quando falam comigo e descobrem que sou sócia e estou à frente de um negócio que, para eles, é tão masculino.


Anne: Como sempre me envolvi em organizações de eventos, desde aniversários de amigos à campeonatos, sempre fui rodeada por amigos homens e isso nunca me assustou, muito pelo contrário, muitas das vezes isso até me motivava a ser melhor do que eles, principalmente quando ouvia “você vai perder pra uma menina?”


Arapuru: No seu ramo, você já enfrentou algum tipo de preconceito? Se sim, tem alguma história que te marcou e pode dividir com a gente?


Vivi: Quase todos os dias, o maior meio de contato com meus clientes é via WhatsApp e a foto do perfil é o logo da empresa. Por isso, é super comum eles agradecerem com “obrigado meu amigo” ou “desculpa, senhor, não perguntei o seu nome”. E aí, quando respondo é amiga ou Viviane respondendo, sempre ficam surpresos. Estou no segmento há mais de 15 anos e hoje é bem mais tranquilo, mas no começo era mais difícil e as pessoas já deixaram até de marcar reunião por ser uma mulher que atendia por puro preconceito. Porém, em todas as vezes que tive oportunidade de me sentar à mesa para uma conversa, eles descobrem que o fato de eu ser uma mulher não deixa nada a desejar nas explicações e esclarecimentos. No final, fica sempre bem claro que sou muito competente na minha área.


Anne: No mercado de eventos, 80% dos prestadores são compostos por homens, desde os que negociam até os que entregam. Por muitas vezes, tive que entonar a minha voz pra ser ouvida ou tive que atravessar uma conversa quando tinha um homem da minha equipe do meu lado e e o fornecedor sempre se direcionava a ele ao invés de mim. Hoje eu levo de forma natural, então não me incomoda mais.

Arapuru: Boa parte das mulheres que empreende trabalha em jornada múltipla (filhos, por exemplo), é o seu caso? Se é, como separar um tempo para cada função?


Vivi: Essa creio eu ser a pior parte disso tudo, pois meu segmento exige muito de mim, principalmente aos finais de semana. Tenho uma filha de 17 anos e, por incrível que pareça, nunca fui nem em festa junina na escola dela ou festa de dia das mães que só consegui participar uma vez, por exemplo. É uma situação bem difícil, mas, graças a Deus, tenho pessoas a minha volta que me ajudaram muito, como minha sogra e mãe, e sempre tive muito diálogo com a minha filha ela entendeu. Hoje, ela já está na mesma área que eu e está se tornando uma mulher forte.


Anne: Não tenho filhos, mas pretendo ter em, no máximo, 4 anos. Me sinto pronta e acho que eles vão adorar ter uma mãe produtora! Sobre jornada múltipla, hoje também sou DJ e levo isso super numa boa, pois inclusive amplia meu networking.

Arapuru: Você tem alguma mulher empreendedora como referência ou inspiração?


Vivi: Empreendedora não, mas como símbolo de muita força tenho minha mãe como referência e até hoje não vi nenhuma mulher igual. Tenho orgulho dela!


Anne: Anitta é minha referência e os haters choram! Desde o primeiro momento que ouvi a música dela, senti que ela não seria mais do mesmo. Referência de artista e empresária!

Arapuru: Qual a sua maior alegria em empreender?


Vivi: Poder ajudar e ver quantas famílias se beneficiam do meu trabalho. Hoje, essa é minha maior felicidade e minha maior preocupação também: estar bem o tempo todo para que todos tenham seu trabalho e consigam levar o sustento para dentro de casa.


Anne: Acho que um dos pontos máximos do empreendedorismo é estar do lado de pessoas que compram tua ideia e fazem acontecer, unir pessoas… Acredito que essa seja uma das minhas principais características: juntar gente. No primeiro momento talvez não tem nada a ver um com o outro, mas depois vira o encaixe perfeito.


Arapuru: Pode deixar uma dica ou mensagem de autoconfiança para mulheres que querem empreender?


Vivi: Força e muita coragem, pois você vai precisar disso o tempo todo. Força para conseguir levantar todos os dias e lutar pelo seu sonho e coragem para desafiar os seus limites. Não é fácil, mas vale tanto a pena!


Anne: Nós nascemos pra fazer tudo aquilo que falam que mulher não pode!


Vivi – Conceito Bar
https://www.instagram.com/viviceccon/
Anne – Formô SP
https://www.instagram.com/annecarolnunes/

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