A produção do artista baiano Mano Penalva parte do deslocamento dos objetos do contexto cotidiano e reflete o interesse do artista pela Antropologia e Cultura Material. Por meio de diferentes mídias como escultura, instalação, pintura, fotografia e vídeo, Penalva propõe novos agrupamentos estéticos a partir das estratégias de venda do varejo das suas experiências de coleta de histórias e da observação do campo que transita entre a Casa e a Rua. Penalva realça com seus trabalhos a ideia de que a exponencial proliferação de objetos e imagens não se destina a treinar a percepção ou a consciência, mas insiste em fundir-nos com eles.
Quando perguntado sobre o sentido de Brasilidade para ele, Penalva afirma ver uma forte manifestação da cultura-material brasileira em seu trabalho. As origens das formas, as técnicas mais distintas de produção e suas formas de comercialização o tomam de alegria e muitas vezes são o estalo para desenvolvimento de trabalhos. E a vontade de permanecer nas andanças foi construída desde pequeno nas viagens de família, de feira em feira no Recôncavo Baiano. Aprender a fazer, trabalhar com as mãos, o ajudou a construir pontes para descoberta de novos mundos!
Mano Penalva gosta de pensar que seu trabalho é sobre as coisas do mundo, onde a improvisação, reutilização e reconfiguração estão em jogo. Ele se interessa na forma cotidiana da construção urbana, uso decorativo e prático do material que, de alguma forma, refletem as realidades socioeconômicas e culturais de um povo.
Entre as exposições individuais dele estão: Acordo, Central Galeria, texto Juliana Monachesi, (São Paulo, Brasil, 2019); Hasta Tepito, B[X] Gallery, curadoria Julie Dumont, (Brooklyn, NY, 2018); Requebra, Frederic de Goldschmidt Collection, curadoria Julie Dumont (Bruxelas, Bélgica, 2018); TRUK(ə), Soma Galeria, curadoria Josué Mattos (Curitiba, PR, 2018); Proyecto para Monumento, Passaporte Cultural, curadoria Yunuen Sariego (Cidade do México, MX, 2017); Andejos, Museu de Arte de Ribeirão Preto, com texto crítico de Olivia Ardui (Ribeirão Preto, SP, 2017); Estado Sul, Camelódromo, curadoria Franck Marlot (Porto Alegre, RS, 2017); Balneário, Central Galeria, com texto crítico de Bernardo Mosqueira (São Paulo, SP, 2016); Deslocamento, Qual Casa, com texto crítico de Tarciso Almeida (São Paulo, SP, 2015), como parte do projeto Mesmo Lugar do Jardim do Hermes.