A Semana de Arte Moderna e seus 100 anos – Parte II

No post anterior, começamos a falar sobre o que foi a Semana de Arte Moderna e sobre o Modernismo. Hoje vamos abordar as categorias artísticas e artistas que contribuíram para tal renovação. Caso ainda não tenha lido, dê uma passada por lá para entender e volte aqui. Seguindo…

A Semana de Arte Moderna foi palco para uma exposição de mais de cem obras que incluía: pintura, escultura, exposição literária e musical, leitura de poemas, manifestos e palestras.

As artes e seus artistas

Na pintura, já citamos Anita Malfati, mas também tivemos na era modernista: Di Cavalcanti, Zina Aita, Antônio Paim Vieira e Tarsila do Amaral. Tarsilinha do Amaral, sobrinha-neta, frisa que a artista teve muita influência no movimento guiada por orgulho pelo Brasil e ela mesma dizia que queria ser A Pintora do país e conseguiu! Nas obras de Tarsila era possível notar toda o conceito de modernidade adquirido fora do país, principalmente o contato com o Cubismo e Surrealismo. Tarsila prezava por muitas cores, paisagem rural e urbana, pela fauna e flora, tornando-a única.

Na Escultura: Victor Brecheret, Wilhelm Haarberg e Hildergardo Velloso.

Na Arquitetura: Antônio Garcia Moya e Georg Przyrembel.

Na Poesia: Mário de Andrade, Menotti del Picchia, Oswald de Andrade, Guilherme de Almeida, Ronald de Carvalho e Manuel Bandeira.

Na Música: Guiomar Novaes, Ernani Braga, Heitor Villa Lobos.

Todo esse time foi essencial para a quebra de resistência, transformação da arte, influência e despertamento em novos artistas. Durante esse período de transformação, também surgiu o movimento Pau Brasil, movimento que incentivava a exportação da arte brasileira, assim como exportávamos a madeira.

E se a Semana de Arte Moderna fosse hoje?

A Semana de Arte Moderna despertou a renovação intelectual e artística brasileira que se faz presente até hoje, pois a arte, talento e criatividade sempre se renovam. Hoje vivemos uma era Pós-Modernismo, era que surgiu após a Segunda Guerra Mundial como uma reação às falhas percebidas do Modernismo. Um pouco mais à frente, em um pós-pós-modernismo, fé, confiança, diálogo, desempenho e sinceridade podem funcionar para transcender a ironia pós-moderna e, falando sobre contemporaneidade, trouxemos vozes presentes na democratização da arte para opinarem e suporem, caso a Semana de Arte acontecesse nos dias atuais.

Renata Felinto é uma artista visual, pesquisadora, educadora e figura fundamental no cenário artístico. Para Renata, caso a Semana de Arte Moderna acontecesse hoje, fariam parte os artistas: Denilson Baniwa, Kika Carvalho, Castial Vitorino e Brasileiro e Ventura Profana. Os artistas citados são pessoas negras e indígenas, antes inviabilizadas como produtores de arte. 100 anos depois, esses grupos ainda são marginalizados, não está tudo bem e seguem lutando por espaço.

Artes que estariam expostas hoje: Pintura física e digital feita por negros e outras minorias; meme art (linguagem atual e popular); grafite (arte de rua de grande dimensão); performances feitas por corpos livres e não mais aprisionados.

Carolle Lauriano é formada em Jornalismo, curadora independente, artista visual e concorda com a Renata e também diz que hoje precisaríamos ter artistas negros, indígenas, trans e travestis vindos de todas as regiões do país, de grandes centros e sertões.

Para ela, a pintura que segue em destaque e destaca o funk como música a ser exposta e difundida hoje.

Queremos lembrar que museus e teatros ainda não são acessíveis a todos, mas hoje existem diversos espaços democráticos que incentivam e propagam a arte. Você também pode prestigiar os artistas atuais, conhecer, investir, apoiar, seguir e divulgar. Sendo assim:

Conheça e prestigie aqui os artistas citados por Renata Felinto:

Denilson Baniwa: https://www.instagram.com/denilsonbaniwa/