Hoje, dia 13 de fevereiro, completamos 100 anos da histórica Semana de Arte Moderna! O marco teve seu início no dia 13 e fim em 17 de fevereiro de 1922 e hoje vamos contar um pouco sobre a Revolução nas Artes! Esse tema será dividido em dois textos em nosso blog e terá a contribuição de Tarsilinha do Amaral, Renata Felinto e Carolle Lauriano, então não deixe de acompanhar as partes 1 e 2. Vamos lá?
A Semana de Arte Moderna foi o evento que aconteceu no Theatro Municipal de São Paulo que reuniu diversos artistas brasileiros e estrangeiros e abrigou artes como: pintura, escultura, arquitetura, poesia e música, deixando um grande legado para nossa arte.
Para entender o contexto histórico desse evento, é importante saber que estamos falando do Modernismo, um conjunto de movimentos, escolas artísticas e culturais de origem europeia datada no final do século XIX. O Modernismo buscava uma renovação nas artes para retratar e se relacionar com a sociedade, tanto urbana quanto industrial.
Renovação das Artes
A intenção do Modernismo não era rejeitar valores estéticos ou artes já existentes, mas sim de trazer um ar novo e uma nova realidade. Essa nova realidade incluía: liberdade criativa, revisão, paródia, humor, rearranjo e reconstrução dos modelos artísticos estabelecidos.
Após o fim da 1ª Guerra Mundial, onde cerca de 10 milhões de pessoas morreram, o Modernismo ganhou projeção e abriu portas para que os artistas pensassem sobre o uso da tecnologia, poder de transformação da natureza e ambiente para que não houvessem mais mortes. Ou seja, o foco era o ser humano. A renovação artística no Brasil começou na década de 1910 com o Parnasianismo e Academicismo, onde o lituano Lasar Segall expôs sua primeira pintura não acadêmica.
Tarsilinha do Amaral, sobrinha-neta de Tarsila do Amaral (1886- 1973) e curadora de sua obra, responsável por exposições, todas as publicações, livros, projetos especiais, filme, documentários, série e também os licenciamentos, destaca que Segall, apesar de não ser brasileiro, foi um pintor que focou muito em elementos do Brasil, talvez por ter se casado com a brasileira, vindo a se tornar um cidadão verde e amarelo posteriormente.
Anita Malfatti também é considerada pioneira do Modernismo brasileiro e teve sua exposição muito criticada por artistas conservadores, principalmente por Monteiro Lobato. Por conta disso, jovens artistas se reuniram em defesa de Anita e para difundir seu movimento artístico.
O impacto na arte brasileira
Para Tarsilinha, a essência da Semana de Arte Moderna foi justamente a ruptura nos padrões que o movimento causou e essa ruptura teve um grande impacto na arte e cultura brasileira, destacando a introdução ao Cubismo, Surrealismo, Expressionismo e as novidades na literatura e música.
Alguns outros nomes importantes para que o festival artístico acontecesse foram os de Paulo Prado (investidor e influente na política), Graça Aranha (diplomata e escritor) e Washington Luís (governador do estado de São Paulo e futuro presidente).
Na parte dois desse texto, vamos falar um pouco sobre as obras trazidas à SAM e sobre a influência nos dias atuais, além das opiniões de Renata Felinto e Carolle Lauriano. Não perca!