Arapuru ou Uirapuru é uma ave muito comum na Amazônia Brasileira.
Em 1917, o compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos compôs uma sinfonia intitulada “Uirapuru”, baseada em material do folclore que coletou em viagens pelo interior do Brasil.
Conhecido por seu canto longo, de melodia suave, o pássaro costuma cantar cerca de quinze dias por ano. Os nativos da floresta dizem que quando o Arapuru canta, toda a floresta fica em silêncio rendendo-lhe homenagem. Sobre a lenda, diz-se que um jovem índio guerreiro apaixonara-se pela esposa de um Cacique. Embora fosse um amor proibido, esta também lhe retribuía o sentimento. O jovem guerreiro sofria muito com esse amor que, embora correspondido, não poderia ser vivido. Afinal, ambos seriam mortos caso alguém da tribo descobrisse. Com o tempo e as dificuldades, a bela esposa do Cacique foi esquecendo seu amor pelo jovem guerreiro. Este, porém, sofria toda vez que a via. Um dia, o jovem índio amanheceu muito doente, com uma forte febre. Ninguém, nem mesmo o Pajé, sabia o que ele tinha. O jovem índio sentia que estava doente de amor. Não aguentando mais tanto sofrimento, o jovem pediu ao Deus Tupã que o transformasse em um pássaro, pois assim poderia ficar bem perto da sua amada sem oferecer perigo aos dois. Tupã o transformou em um pássaro cor de caju com um lindo e suave canto. O jovem guerreiro, agora transformado em pássaro, cantava todas as noites para a índia amada. Porém, o belo canto do Arapuru foi notado pelo astuto Cacique. Tentando aprisionar o pássaro numa gaiola, o Cacique correu em sua captura e acabou perdendo-se na floresta. Ao Arapuru restou o sonho de que a sua amada descobrisse que ele era o jovem guerreiro e, assim, quebrasse o encanto. O Arapuru é considerado um ser mágico, um pássaro que traz boa sorte. Quem ouve seu canto se encanta e pode fazer um pedido que se tornará realidade.